terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sugestões para preparação de visitas de estudo

Educadores – Sugestões para programar actividades

A Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, enquanto Museu com características vincadas de antiga Casa, é um espaço com o qual crianças dos 3 aos 6 anos reagem particularmente bem.

Os Educadores podem solicitar ao Serviço Educativo, mediante marcação,
uma visita prévia, documentação para criar as suas próprias actividades,
ou requisitar um exemplar de jogos existentes para essa faixa etária, sobre a pintura, a porcelana ou o mobiliário da CMAG.

Não se recomenda a visita de um turma/sala de crianças sem a sua subdivisão, aquando da entrada na Casa, em dois subgrupos de no máximo 14 crianças cada. As características de Casa-Museu e a percepção do espaço e objectos por parte das crianças assim o justificam.

Proposta

O que vamos sugerir não tem pretensão de vincular a abordagem a realizar, parte da nossa experiência feliz com essas idades e é meramente prepositivo:

. Confronte as crianças com a razão de ser da designação “Casa-Museu”; proponha-lhes durante a visita que comparem esta casa com as suas próprias, no sentido de encontrarem semelhanças e diferenças:
convide-as concretamente a procurar ver que divisão têm as suas casas que não está à vista nesta que visitam e vice- versa;

. Introduza gradualmente o conceito de “Museu”, associado à Casa: um Museu mostra coisas escolhidas, para todos verem. Conte que o antigo dono da Casa gostava de fazer colecções.

. Apresente-lhes a figura do Dr. Anastácio Gonçalves : um médico que gostava especialmente de móveis antigos, loiças da China chamadas porcelanas,
e pinturas.
Foi ele o antigo dono da Casa, que a ofereceu, com as colecções, para todos visitarem, aprenderem e gostarem.


Professores de 1º e 2º ciclos – Sugestões para programar actividades

Pela fácil percepção de que foi outrora uma casa habitada, este museu proporciona vivas aprendizagens transdisciplinares, integradoras e afectivas.
Atendendo a esta característica de antiga habitação, com espaços muito compartimentados, sugere-se a divisão de uma turma em dois grupos, durante a visita.
Os professores podem solicitar uma visita prévia, podendo igualmente requerer o material de apoio que julguem necessário para a preparação da sua actividade.

Muitas são as abordagens possíveis e as que aqui apontamos não são mais que sugestões.

A aproximação pode ser feita a:

. Diferentes tempos históricos
Se a vivência da casa, quer pelo pintor que a manda construir quer pelo médico que a lega ao Estado, nos remete para o século XX, as colecções de porcelana da China, de mobiliário europeu e de pintura, dominantemente portuguesa transportam-nos a quotidianos dos séculos XVI ao XIX;

. Diferentes culturas
A Europa e o Oriente “dominam” quanto ao número de peças coleccionadas mas a América do Sul está igualmente presente no pau-santo do mobiliário do século XVIII bem como no cofre de prata do escritório;

. Diferentes modalidades expressivas e materiais utilizados
Arquitectura (a casa ganhou o prémio Valmor em 1905), pintura (desenhos, aguarelas, óleos), escultura, azulejos, vitrais, porcelanas, têxteis, madeiras, pratas, marfim, alabastro

. Ao ambiente de uma habitação da alta burguesia da 1ª metade do século XX

. Às figuras dos dois principais proprietários, o pintor José Malhoa, que recebeu no seu atelier desta “1ª casa de artista da capital” o rei D. Carlos, em cujo retrato trabalhou, e o Dr. Anastácio Gonçalves, coleccionador exigente, republicano, homem de vasta cultura e de filantropia invulgar;

. Ao tema do coleccionismo, familiar a crianças desta faixa etária.

No site pode ser feita a consulta das diversas actividades que o Serviço Educativo já preparou e disponibiliza para estes graus de ensino mas outras propostas, provenientes das escolas, poderão ter lugar e contarão com o apoio do serviço.


Professores (3º ciclo e Ensino Secundário) – Sugestões para Programar Actividades

A Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, pela sua especificidade de antiga residência, apresenta para os professores uma facilidade de conhecimento difícil de encontrar num Museu convencional.
É um espaço delimitado, que permite a percepção da primitiva funcionalidade das suas divisões. Compreende uma colecção dividida por peças de mobiliário português e europeu, pintura (óleos, aguarelas e desenhos), além de porcelana da China, constituindo esta, uma das colecções portuguesas mais completas, também reconhecida internacionalmente.

Exactamente pelas características acima mencionadas, não deve ser visitada por um grupo muito grande (máximo 30 pessoas, subdivididas em dois grupos),
Os professores podem solicitar uma visita prévia, podendo requerer o material que julguem necessário para a preparação da sua actividade.

Propostas

Apresentar a Casa/ edifício sob o ponto de vista arquitectónico e das artes plásticas, tirando partido do facto de ser uma “casa – de – artista” e um prémio Valmor.
Poder-se-á tirar partido dos ornamentos decorativos ligados ao movimento arte nova, bem visíveis nos painéis de azulejos e portões, assim como nos vitrais, já no interior da casa.
De fazer notar, igualmente, a configuração da escadaria e porta alpendrada, ilustração da casa portuguesa teorizada por Raul Lino, assim como revivalismos remanescentes do século XIX, perceptíveis nas janelas neo - românicas da mesma porta.
Ao introduzir-se a figura do Dr. Anastácio Gonçalves, deverá acentuar-se a sua figura de coleccionador para a res publica, muito adequada ao ideário republicano.

Mostrar algumas peças da notável colecção de porcelana da China, existente no museu, assim como algumas pinturas de Columbano sobre Camões e as Tágides, fazendo uma ponte, se se julgar pertinente, para a época dos Descobrimentos.

Apresentar a figura do pintor José Malhoa e da Escola Naturalista portuguesa, abundantemente representada no atelier do 1º piso.
Poderá fazer-se uma comparação entre o Naturalismo na pintura e o Naturalismo na Literatura, não deixando de referenciar escritores portugueses contemporâneos de Malhoa, Columbano, Silva Porto, entre outros.
Poderá fazer-se uma leitura com ou sem a participação dos alunos, de textos desses escritores, tais como Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e Cesário Verde sobre os pintores, seus contemporâneos.

Outras propostas, provenientes das escolas, poderão ter lugar e terão todo o apoio do Serviço Educativo desta Casa Museu.

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